A AUTOMATIZAÇÃO E A ESCASSEZ DE TRABALHO
Para alguns países, este panorama pode estar desconfortavelmente próximo. Sendo assim, o que é que as pessoas vão fazer se as máquinas puderem fazer todo (ou quase todo) o seu trabalho?
Neste momento, a substituição de mão-de-obra vai além da indústria. O exemplo mais mundano é aquele que iremos ver em todos os supermercados: os funcionários de caixa vão ser substituídos por uma única funcionária que irá monitorizar um conjunto de máquinas automáticas de “self-service” (embora, neste caso talvez, esta não seja uma automação no sentido exacto – o supermercado apenas recolocou parte do trabalho de fazer compras no cliente).
Se uma máquina pode cortar para metade o trabalho humano necessário, por que é que metade da força de trabalho se torna dispensável em vez de se empregá-la por metade do tempo? Por que não aproveitar a oportunidade da automação de reduzir a média de horas de trabalho por semana de 40 para 30 horas e, daí, para 20, e, depois, para 10, com cada um destes blocos de tempo de trabalho a serem contabilizados como posto de trabalho a tempo inteiro? Isto será possível se os ganhos obtidos com a automação não forem aproveitados maioritariamente pelos ricos e poderosos mas se forem sim justamente distribuídos.
A não haver uma distribuição justa, os próprios ricos sofrerão as consequências, porque chegará o tempo que não vão ter a quem vender os productos que fazem e depois tudo colapsa. Os ricos têm de aprender que há que manter os pobres com um nível de vida necessário para os fazer ainda mais ricos. É inevitável, caso contrário haverá um desastre nas bolsas mundiais e uma revolta onde os ricos não seriam poupados.
Só uma grande guerra poria fim a isso.
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